sexta-feira, maio 26, 2006

Divagaçoes sobre o "nada-espiral" - parte III

Se o EU e as COISAS só se manifestam através da co-existência estarão sempre dependendo da sua relação com outros EUS e COISAS. Mas a RELAÇÃO, a interação que é a coisa em si e não as coisas que a protagonizam. A dificuldade em conceber essa idéia tem fundamento: só as coisas fazem sentido, algo tem que SER por si próprio para poder ser considerado real.

Pois bem, a falta de sentido é o que dá sentido às coisas. Ou melhor, é o porque de darmos nosso sentido particular a tudo. As interpretações pessoais servem de consolo, servem para atribuir um significado estático e referencial a todos os aspectos da vida. Temos que seguir por um caminho, seja ele qual for. Mas nem certeza da incerteza nós temos, apesar de eu estar certo do que escrevo agora.

Cada vez mais a humanidade me parece um emaranhado de equívocos necessários, o desespero de não saber, de caminhar num chão de vácuo é que nos faz produzir sentidos para as coisas. A química de nossos corpos nos fornece uma sugestão constante de caminhos a seguir. Mas essa mesma química é também submissa ao non-sense universal, vem do acaso, existe por existir e não possui uma finalidade. Me sentir bem ou mal em relação a algo é irresistível, prazeiroso, faz sentido. O que conforta, o que dá razão à existência é ilusório.

Então por que continuar tomando decisões? Para quê me entregar a qualquer coisa? Por que acreditar em meus pensamentos, em meus princípios, na moral, na sociedade, em Deus? Poderia então fazer qualquer coisa como matar alguém a esmo ou viver como um sofista moderno defendendo a opinião que melhor me conviesse? Pois se pensar que o sentido é justamente esse, o da falta de sentido, fico livre para agir for a de qualquer senso de bem e mal, sem moral alguma.

Acontece que a nartureza existe e continua e evolui sem precisar de um sentido para isso.

Continua...

quinta-feira, maio 18, 2006

Nada

Dentro de mim não há tempo pra nada
Eu nado no tempo o tempo em mim nada
E quanto ao tempo sem tempo pra nada
Hei de nadar todo o tempo com o tempo que é nada